O QUE ACHA DO "TESTE DA ORELHINHA"?
Esse tipo de teste, como aliás todos os exames complementares, tem um valor relativo. A nosso ver, um teste negativo, ou seja, quando não há respostas a esse exame, não significa que o paciente seja surdo. Dependendo da tipo de teste aplicado (respostas transientes ou com produtos de distorção), pode haver uma deficiência apenas discreta ou moderada. Além disso, não deve ser aplicado nas primeiras 24 horas após o nascimento. Um trabalho do Prof. Aristides Monteiro e colaboradores, apresentado em 1970 (utilizando métodos chamados informais) e realizado em mais de 5000 recém-natos, mostrou que as respostas eram mais nítidas após 72 horas do nascimento. Apenas um terço dos casos apresentou respostas nas primeiras 24 horas.
Além disso, vários problemas do ouvido, facilmente solúveis, podem apresentar falhas nesse tipo de teste. O ideal, pois, é examinar-se cuidadosamente o paciente, e fazer-se todos os testes necessários para firmar-se um diagnóstico.
Há também casos em que o teste da orelhinha está normal e a criança tem uma deficiência auditiva. Isso pode ocorrer em crianças que tiveram icterícia ao nascer e numa síndrome denominada neuropatia auditiva.