Em passado não muito distante, era comum os filhos presentearem os pais, portadores de deficiência auditiva, em seus aniversários ou nos dias das mães ou dos pais, com um aparelho auditivo, atraídos por anúncios de periódicos que prometiam coisas irreais. Embora isso já não mais se verifique com freqüência, continua sendo muito comum pacientes procurarem diretamente firmas que vendem esses aparelhos e os adquirem diretamente, sem passar por um exame médico.

      É claro que existem várias empresas do gênero extremamente éticas e que solicitam um exame médico, previamente à venda do aparelho. Outras (e são muitas, infelizmente), que não têm esse tipo de preocupação. O resultado final é que o paciente não se acostuma com o aparelho ou ele não o satisfaz, tomando o seu destino final, que é uma gaveta.

      Para avaliar se um aparelho está adequado ou não, ou se o problema desse aparelho é a confecção inadequada do molde, é que realizamos o chamado ganho funcional, em que se comparam os resultados de uma audiometria normal com outra feita em campo livre (com alto-falantes corretamente calibrados para esse fim), verificando-se a melhora, com o uso do aparelho, para todas as freqüências tonais. Muitas vezes o aparelho está adequado, mas o molde não. Em outros casos, o molde por estar obstruído por cera, principalmente naqueles casos em que o cliente não fora examinado por um otorrinolaringologista.